Sex. Abr 18th, 2025

A Divina Comédia da Inter: Arnautovic, o Virgílio Nerazzurri Inesperado

Inter – Monza como a Divina Comédia, atravessar as chamas do inferno para chegar ao paraíso, obviamente com dificuldade, através de uma jornada feita de perigos, imprevistos e surpresas. Na véspera do seu aniversário (hoje celebram-se 117 anos de história do clube), os nerazzurri viram-se a perder por dois golos contra o Monza, último classificado do campeonato da Serie A: em pleno drama psicológico quando, aos 44 minutos, Keita Baldé, voltando com a bola para dentro do campo, disparou um remate de direita que se infiltrou no ângulo para a dupla vantagem do Monza. Para salvar a Inter das chamas, um Virgílio inesperado, ou seja, Marko Arnautovic, que apenas dois minutos após o 2-0 de Keita abre o caminho para a reviravolta antes de regressar aos balneários: cabeceamento de Dumfries, virada de cabeça do austríaco e lufada de ar puro.

A FÍSICA QUE GOSTAMOS – Inzaghi faz as primeiras duas substituições nos balneários: Bisseck por Pavard e Carlos Augusto por de Vrij, para que Bastoni possa voltar a fazer o lado esquerdo e Acerbi o central. Movimentos que têm um grande impacto no desenrolar dos segundos 45 minutos, porque a Inter pressiona o Monza no seu meio-campo ofensivo e o próprio Bisseck será decisivo pela contribuição para o jogo e pela assistência a Calhanoglu. O turco mereceria um capítulo à parte pelo gesto técnico com que coloca novamente o jogo em equilíbrio, talento e técnica que se fundem naquele remate de trivela que impõe à bola que se adapte às leis da física, batendo no chão antes de uma nova, doce descolagem, que guia a bola para o ângulo, tornando inútil o mergulho de Turati.

ALEGRIA CONTIDA – A Inter cresce, San Siro acredita, Thuram acerta no poste, Lautaro tenta um pontapé de bicicleta, Zielinski lesiona-se imediatamente após entrar em campo, mas Inzaghi do banco escolhe Correa e não Frattesi: é um ataque. O 3-2 chega após mais uma ação insistente, com Calhanoglu em transição a descarregar a bola para o extremo, enviando Carlos Augusto para cruzar. O brasileiro regula a intensidade do remate e no coração da área de grande penalidade Lautaro perturba Kyriakopoulos, forçando-o ao infeliz desvio. Turati faz um milagre, ninguém percebe nada, o jogo continua, mas após alguns segundos o árbitro interrompe o jogo e mostra aos jogadores em campo o visor do relógio, onde está escrito: “GOLO”. A maravilhosa intervenção de Turati não impediu a bola de ultrapassar a linha, questão de milímetros, mas a reviravolta está concluída. O adepto médio da Inter deixa as bancadas de San Siro com a consciência de quem escapou por pouco, mas também com a preocupação de quem vê há algumas semanas uma equipa que está a atravessar dificuldades: Roterdão, Nápoles e Monza foram três jogos diferentes, mas com alguns pontos críticos em comum, será melhor aumentar o nível de atenção tendo em vista o regresso da Champions contra o Feyenoord e o desafio de domingo à noite contra a Atalanta.

By Tiago Mendonça

Tiago Mendonça vive na agitada Braga, onde mergulha diariamente no mundo do jornalismo desportivo. Com mais de 15 anos de experiência na cobertura de eventos desportivos em Portugal, desenvolveu um interesse particular pelo futebol e andebol, os dois desportos mais populares do país. Os seus artigos analíticos sobre previsões para jogos da Primeira Liga são regularmente publicados nas principais revistas desportivas. Tiago é conhecido pela sua capacidade de prever com precisão os resultados dos jogos, baseando-se numa análise detalhada de estatísticas e da forma atual das equipas. Além disso, apresenta um podcast popular sobre apostas desportivas, onde partilha informações privilegiadas e conselhos profissionais.

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