Ariedo Braida, em uma entrevista para a So Foot, resumiu o momento de crise que o Milan está vivendo (clube do qual foi dirigente no passado, durante a era de ouro formada pelo então presidente Silvio Berlusconi e pelo administrador delegado da época, Adriano Galliani). O time se encontra na 9ª posição do campeonato e foi eliminado precocemente – nos playoffs – da Liga dos Campeões nas últimas semanas.
ME SINTO MAL – “Estou triste – declarou, em palavras traduzidas pelos colegas da La Gazzetta dello Sport – ver o Milan neste estado me faz sentir mal”.
AS RAZÕES DO PERÍODO NEGATIVO – “Uma crise de identidade e uma falta de sentimento de pertencimento. Foram cometidos grandes erros por anos, em todos os níveis, e a consequência é que temos um clube e um time sem identidade. Eu havia previsto no início da temporada que não seria um time competitivo: o clube é instável demais, não há uma direção clara, os treinadores se sucedem e o elenco muda a cada ano. Para ser ambicioso, é preciso continuidade, por exemplo, deixar um treinador trabalhar por 2-3 anos, dez se possível”.
AS CULPAS – “Os jogadores são responsáveis, mas é difícil ter um bom desempenho em um clube sem identidade. O que falta é um guia, um homem forte como Berlusconi. Com ele e Galliani, havia uma linha diretriz”.
PAOLO MALDINI – “Demitir ele foi um erro grosseiro, e mandá-lo embora daquela forma, imperdoável. Maldini é uma lenda que trabalhava muito bem e representava da melhor forma a instituição”.
IBRAHIMOVIC – “Ele não é um ponto de referência, um homem forte. Ibrahimovic ainda não tem as competências e a experiência para ser um homem forte, capaz de dirigir um clube, ele é apenas um comunicador”.
LEÃO, THEO E MAIGNAN – “São jogadores de talento, mas não são líderes capazes de unir o time e relançá-lo. E não têm a constância e a personalidade para serem líderes. Ninguém hoje é no Milan”.
SOLUÇÃO – “Eu contrataria 4-5 jogadores italianos, como na Inter, por exemplo. Isso permite criar uma identidade, e depois contrataria jogadores com caráter e personalidade, é a coisa mais importante”.