Dino Baggio, hoje com 53 anos, ex-meio-campista da Seleção Italiana e com passagens por clubes como Torino, Inter, Juventus, Parma, Lazio, Blackburn Rovers, Ancona e Triestina, compartilhou algumas lembranças e opiniões sobre o futebol atual em uma entrevista.
Sobre o futebol atual:
“Não gosto mais de futebol. Desde 2006, houve uma queda livre. Nas categorias de base, não cuidam mais da técnica: ensinam tática e fazem musculação. Vejo poucas invenções, pouca qualidade, pouca fantasia.”
As lembranças da carreira:
“Adorava finais, jogos eliminatórios. Tentava usar minhas qualidades, me infiltrar: sempre gostei de marcar. E quando importava muito, ainda mais.”
A mágoa da saída da Juventus em 1994:
“A diretoria mudou. Foram Giraudo e Bettega que decidiram, antes mesmo da chegada de Moggi. Depois foi ele quem veio para a América durante a Copa do Mundo para encontrar um acordo. Eu não queria ir embora, estava muito bem. Mas Moggi disse que não podia mais fazer nada. Eu tive problemas no joelho e talvez na Juventus não esperavam que eu pudesse fazer aquela Copa do Mundo espetacular. Talvez se arrependeram. De qualquer forma, no Parma vivi sete anos maravilhosos, lá ainda tenho muitos amigos.”
O gesto do dinheiro e a exclusão da Seleção:
Baggio depois conta o episódio da expulsão por falta em Zambrotta em um jogo entre Parma e Juve em 3 de janeiro de 2000 e o famoso gesto do dinheiro em direção ao árbitro Farina: “Se me arrependi? Não, faria de novo. Não era contra Farina, com quem me esclareci pouco antes de ele morrer. Era contra um sistema podre. E paguei caro: era titular fixo na Seleção e nunca mais fui convocado. Nunca mais. O presidente da federação, Nizzola, me disse que era uma suspensão temporária, mas foi definitiva. Zoff era como um pai para mim, me fazia jogar mesmo com uma perna quebrada, mas não pôde mais me convocar. Eu tinha irritado alguém.”
O incidente da faca em Cracóvia e a saída da Lazio:
Em Cracóvia, durante um jogo, lançaram uma faca de serra aberta da arquibancada: “Por sorte, a lâmina não me atingiu. Manara, o médico do Parma, me deu seis pontos com grampos na beira do campo e fui jogar com a camisa ensanguentada.”
“Por que com a Lazio acabou mal? Porque Lotito decidiu cortar meu salário e o de Negro. Com outros companheiros, ele parcelou, conosco não. E nos fazia treinar sozinhos. Entramos com um processo por assédio moral. A coisa que mais me arrepende é nunca ter conseguido falar diretamente com Lotito: nunca o vi.”