O atacante Federico Chiesa afirma que, se não apreciasse o desafio da competição imposto pelo elenco talentoso do Liverpool, já teria partido em busca de uma vida mais fácil.
O internacional italiano teve sua melhor atuação desde que chegou como a única contratação do verão passado, com uma performance de destaque na vitória por 2 a 1 na Carabao Cup contra o Southampton, da Championship, na terça-feira à noite.
Ele deu assistências para Alexander Isak, a contratação recorde britânica, e Hugo Ekitike. A dupla custou, sozinha, um total de £200 milhões numa janela de transferências agitada, o que parecia restringir ainda mais as oportunidades de Chiesa.
Com a chegada de Florian Wirtz, contratado por £100 milhões, e a ascensão do jovem Rio Ngumoha, de 17 anos, o futuro parecia sombrio para Chiesa, e o ex-jogador da Juventus foi ligado a um rápido retorno à Serie A.
Contudo, Chiesa – que no dia de sua assinatura, há 13 meses, foi filmado ouvindo `You’ll Never Walk Alone` enquanto seu jatinho particular sobrevoava Anfield – não estava disposto a desistir tão facilmente.

Federico Chiesa celebrando um gol pelo Liverpool.
“Eu jogo por um clube de ponta, talvez um dos três melhores do mundo. É o Liverpool – claro que eles vão contratar jogadores de alto nível; claro que a competição é grande. Se eu não quisesse competição, iria para outro time,” afirmou.
“Mas eu quero a competição, quero jogar aqui. A competição te ajuda a se tornar um jogador melhor.”
Nesta temporada, Chiesa, que recebe £150.000 por semana, já esteve em campo por 137 minutos e marcou um gol. Na campanha anterior, ele levou até a terceira rodada da FA Cup, em janeiro, para ultrapassar essa marca, lutando por ritmo de jogo e somando apenas 465 minutos em 14 jogos.
“Sinto-me muito melhor em termos de capacidade física e acho que joguei mais este ano do que no ano passado inteiro. Estou feliz e devo continuar neste caminho,” acrescentou o jogador de 27 anos, que marcou o importante terceiro gol no final da vitória por 4 a 2 na Premier League sobre o Bournemouth na rodada de abertura.
“Foi realmente difícil, e não acredito que estava no nível que o treinador queria que eu jogasse. Compreendi suas escolhas. Este ano é diferente; sinto-me melhor física e mentalmente. O treinador percebeu isso e me deu mais oportunidades,” explicou.
“Fico feliz por ter contribuído na Premier League. É isso que o Liverpool espera de todo jogador que atua por eles. É o que o treinador deseja.
“Se você joga pelo Liverpool, precisa ser capaz de fazer a diferença. Estou muito feliz no momento e tenho que continuar trabalhando duro para ter mais chances no futuro.”
Apesar das aparências, Chiesa tornou-se uma espécie de herói cult entre os torcedores da Kop, com uma canção sobre ele sendo extremamente popular. Contudo, essa música gerou um acalorado debate online sobre a linguagem utilizada em relação à Juventus, considerando a trágica história do desastre de Heysel que os dois clubes compartilham.
“Desde o ano passado, tenho sentido que precisava retribuir algo a eles. Nestas minhas primeiras aparições este ano, eu dei algo, mas quero continuar a fazê-lo,” disse ele.
“Gosto do cântico, não há nada de errado com ele, mas tenho que lhes dar mais. O apoio é simplesmente incrível.”
Chiesa até mesmo encarou com serenidade sua exclusão do elenco da Liga dos Campeões, que ocorreu para cumprir a quota da UEFA para jogadores estrangeiros.
“Claro que lamentei não fazer parte do elenco da Liga dos Campeões, pois jogar nela é o sonho de todo jogador. Mas eu simplesmente disse ao treinador `Ok, sem problemas`. Vou continuar trabalhando duro e terei minhas chances na Carabao Cup e na Premier League. Sou um jogador profissional, jogo pelo Liverpool, e fazer isso já é incrível.”