“Não ir para a Champions? Seria um desastre. O Milan está atrás e a recuperação será difícil, mas ainda pode conseguir”. Ruud Gullit não poupou palavras em entrevista à Gazzetta dello Sport. O ex-jogador do Milan, na véspera de Napoli-Milan, um jogo que evoca a partida do scudetto de 1988, analisou as dificuldades da temporada do Milan.
DESAPONTAMENTO – “Esta temporada me lembra a do Chelsea, outra equipe que neste momento é um enigma. Não entendi que futebol eles querem jogar. Não encontraram a direção certa: o elenco é forte, principalmente após o mercado de janeiro. A Supercopa parecia ter resolvido os problemas, mas não transmitiu uma segurança real ao grupo”.
COMO O PSG – A receita para sair desta situação, para Gullit, deve ser tirada do PSG: “Parou de comprar estrelas e contratou Luis Enrique, que tem uma filosofia de jogo brilhante, valorizando as categorias de base. O Liverpool também substituiu Klopp por Slot, que tem a mesma filosofia. O Milan precisa reencontrar seu DNA. O sucesso não pode ser comprado, mas deve ser buscado com trabalho e as escolhas certas”.
CONTE OU ALLEGRI? – “Não sei qual é a escolha certa. É importante contratar um treinador que se adapte à identidade, como a Inter que tem Inzaghi, que tem um sistema claro. O Milan precisa redescobrir o DNA e encontrar uma direção na gestão antes mesmo de pensar no treinador”.
REIJNDERS – “As últimas temporadas têm sido incríveis, ele está nos encantando. Eu o conheço desde os tempos das categorias de base do AZ Alkmaar. Estou muito orgulhoso do progresso que ele fez. Ele se tornou um craque mundial, marcando muitos gols e jogando muito bem com regularidade”.
NAPOLI-MILAN – “Eu nunca tinha ido a Nápoles. No sábado, antes da partida, eu estava perplexo porque nós jogadores e a comissão técnica estávamos em um avião, enquanto em outro menor havia vários seguranças e… a comida. Ocupamos todo o último andar, blindado por nossos guarda-costas e só eles podiam se aproximar da comida que era preparada pelos cozinheiros que tinham vindo conosco. Havia o medo de que alguém pudesse comer algo ruim e depois não pudesse jogar. No estádio, jogaram de tudo em nós. Maradona? Era um craque incrível. A torcida também foi excepcional, que após aquela vitória nos aplaudiu. Inesquecível. Outra façanha no domingo? Espero que termine da mesma forma, mas não será fácil”.
BOLA DE OURO – “Por anos, eu apoiei silenciosamente o partido sul-africano que lutava contra o apartheid. Quando ganhei, dediquei a Mandela, que estava na prisão. Na Itália, sua história não era conhecida e muitos não sabiam quem ele era. Quando o encontrei na África do Sul, ele me disse que temia que eu fosse punido. Suas palavras foram emocionantes”.