Julián Álvarez, um dos jogadores de maior destaque do Atlético de Madrid nesta temporada, concedeu uma entrevista ao Diario AS onde abordou diversos temas de sua carreira. O atacante argentino falou sobre sua saída do Manchester City e a chegada ao clube rojiblanco no último verão, sua rápida adaptação ao vestiário colchonero, revelou a origem de seu famoso apelido e se abriu sobre o controverso pênalti que custou a eliminação de sua equipe na Champions League.
A origem do apelido `Araña`
O atacante explicou que o apelido `Araña` (Aranha) surgiu em sua infância, enquanto jogava futebol nas ruas de Calchín, sua cidade natal. “Não lembro muito bem, mas eu tinha três, quatro anos e foi assim, jogando na rua. Foram meus irmãos, com outros amigos. E ficou. Começaram a me chamar de Araña…”, contou o internacional argentino. Ele acrescentou que, por ser muito pequeno, todos o chamavam assim e ele se acostumou tanto que não respondia se o chamassem por seu nome, Julián. “Somente na escola as professoras me chamavam de Julián ou Álvarez, mas, depois, para todo mundo era Araña. Então me diziam Julián e eu praticamente não me virava, não era eu!”, lembrou.
Sua chegada e adaptação ao Atlético de Madrid
A ponto de completar sua primeira temporada no Metropolitano, Julián descreveu como é o ambiente interno do clube: “Um pouco o que eu imaginava. Como uma família. Você sente mais parecido com o que é a Argentina comparado com a Premier [League]. Talvez também pelo idioma ou, como dizíamos, que há muitos companheiros argentinos, o técnico também e, então, me senti um pouco mais similar à Argentina. É como uma família, muito unido. Isso de paixão, coragem e coração com o que o Atleti se identifica por dentro se vive um pouco mais”.
Com respeito a como sua contratação se concretizou, revelou: “O primeiro que falou comigo foi, creio, o Giuliano nos Jogos [Olímpicos]. Foi ele, um pouco meio sério, meio brincando… E nas redes sociais já tinha saído algo também. Via o que chegava pelas redes ou gente próxima. Mas muitas vezes é mais o que se diz do que o que há na realidade e como contei, foi. No final dos Jogos Olímpicos tudo se encaminhou”.
Antoine Griezmann também foi fundamental para sua chegada ao conjunto rojiblanco. “Era quem me escrevia… Talvez enviado pelo Cholo [Simeone]. Sendo uma das lendas do clube, que te mande mensagens uma das pessoas tão importantes, obviamente para um jogador é algo sério. Que te diga: `Vem, vem conosco. Que vão te tratar bem. Que você vai passar bem. Que você vai se apaixonar pela torcida…`. E todo esse tipo de coisa que foi ajudando para que tudo se aproximasse”.
O polêmico pênalti do duplo toque
Um dos temas mais abordados foi o famoso pênalti que Julián Álvarez protagonizou na partida de volta das oitavas de final da Champions, lance que foi determinante na eliminação do Atlético de Madrid.
“Foi tudo muito rápido. No momento, eu não sinto que foram dois toques e, se fossem, é muito difícil de perceber porque, com as chuteiras, o golpe não é algo que sinto. Nas câmeras depois, nos vídeos, vê-se que é algo muito fino, muito delicado, tanto que, inclusive, até agora, muitos podemos ter dúvidas se foram ou não dois toques. A verdade é que uma pena. Tínhamos feito uma grande fase e poderíamos ter ganhado ali, nos pênaltis. Algo assim dá muita raiva”, afirmou `La Araña`.
Ele concluiu: “No momento eu disse: `Uuuuh, escorreguei, mas, bom, foi gol`. Comemorei e nada mais. Também não tinha visto que os adversários tinham percebido ou começado a reclamar. Sim com o passar do tempo, mas também eu não podia ir dizer algo ao árbitro algo se eu mesmo não sabia se eram dois toques ou não. Não tinha nada claro e disse: `Bom, se forem ver a imagem no VAR, vão determinar pelo que se veja`. Se eram dois toques, iam ver, se era um, iam ver. É muito fino e todos temos a mesma dúvida”.
Rui Queirós