Vinte e sete chutes. Vinte e sete. Nove deles no alvo, dezoito dentro da área. Escrevemos por extenso para enfatizar a profundidade desses números: as cifras, por vezes, não são suficientes. No entanto, estes dados servem para explicar o desejo inicial e final de Thiago Motta: esta era a Juventus que o técnico ítalo-brasileiro queria, a Juve que ele tinha em mente desde o início da crise, quando começou a contagem regressiva para se reerguer. Após muita insistência, ele conseguiu.
OS NÚMEROS MAIS IMPORTANTES – Expectativa de gols de 1,99, arredondando para 2. Mencionamos os chutes: nunca como em Juve-Verona, os bianconeri tentaram desbloquear a partida, de todas as formas. Montipò, antes da lesão em Koopmeiners, estava simplesmente perfeito, o adversário ideal para uma equipe que precisava trabalhar a sua tenacidade mental. Missão cumprida. Ou seja: exame superado. Os jogadores de Motta não desistiram, pelo contrário: tentaram e repetiram, construindo e reconstruindo. O gol de Suslov poderia ter aniquilado o espírito de organização, mas o intervalo chegou no momento certo. Medo dissipado, e recomeçaram.
A MELHORAR – Outro elemento emblemático: 76% de posse de bola é algo objetivamente importante. Embora o desejo dos bianconeri seja o de manter a posse de bola constantemente, raramente a Juve teve este tipo de domínio, esta personalidade também na gestão da bola. Também assim se explica a produção mais eficaz, também assim mudou e aumentou a confiança nas jogadas. Constantes, pela primeira vez. E não fruto do caos, nunca. Pelo contrário: a Juventus mostrou-se relutante em se envolver em duelos, deixando pelo menos esse dado para o Hellas. A equipe de Thiago venceu 47%, menos da metade. Em uma partida dominada, ainda causa um certo impacto.
ATITUDE – É evidente: há aspectos a melhorar, e provavelmente há muitos mais do que o demonstrado na última partida do campeonato. No entanto, na semana em que era necessário reescrever o destino e mostrar o quanto a equipe estava dentro das ideias de Motta, Thiago obteve a resposta que desejava. Afinal, ele havia insistido em um conceito nada trivial, aquele que também o havia prejudicado mais: com o Empoli, a equipe errou na abordagem, aparentemente com dificuldade em suportar o peso mental de uma partida que pensava que ganharia com o mínimo esforço. Ele entendeu que não, não é possível. Que não se vence apenas por se chamar Juve. Que é preciso elevar constantemente o nível, especialmente na ausência de experiência.