A recuperação de Teun Koopmeiners tem sido árdua. Ele se destaca como a maior decepção entre os jogadores da Juventus na temporada 2024-25. Se considerarmos também dirigentes e treinadores, o holandês compartilha o “pódio” das grandes decepções com Cristiano Giuntoli e Thiago Motta. Há um elo entre eles: Koopmeiners representou o investimento mais significativo de Giuntoli como diretor esportivo da Juventus, uma cifra de 61 milhões de euros. Já Thiago Motta, como treinador, nunca conseguiu estabelecer uma conexão tática eficaz com o jogador, falhando em encontrar uma posição que potencializasse suas qualidades. Obviamente, isso desconsidera os problemas físicos de Koopmeiners e seu processo de adaptação a um ambiente e nível de exigência novos na Juventus, distintos daqueles vivenciados no AZ e na Atalanta.
O `Mea Culpa` do Jogador
Durante a pré-temporada nos Estados Unidos, onde a Velha Senhora está para o Mundial de Clubes, o holandês quebrou o silêncio e assumiu a responsabilidade pelo seu desempenho abaixo do esperado até agora com a camisa alvinegra (42 jogos e 4 gols). “Não estou satisfeito com a forma como tenho jogado, gostaria de ter ajudado mais a equipa”, declarou. “Se és contratado por 50-60 milhões como eu e a equipa no geral não está bem, é normal que as pessoas esperem mais de ti. Eu sinto essa responsabilidade: sei que posso e devo render significativamente melhor, sinto que sou um jogador à altura da Juventus”. Sobre seu estado de espírito, acrescentou: “Agora estou mais tranquilo, mas não foi uma época muito positiva, nem pelos resultados da equipa, já que não ganhámos nada, nem pela minha performance individual”.
O Desempenho no Mundial de Clubes
No Mundial de Clubes, Koopmeiners participou de 30 minutos contra o Al Ain e 45 minutos contra o Wydad, sempre vindo do banco. Em ambas as aparições, ele demonstrou estar longe da sua melhor forma física e ainda com alguma dificuldade em se integrar aos esquemas táticos da equipa, mesmo sob o comando de Tudor, assim como acontecia com Motta. “Sinto-me muito melhor. Estive afastado quase três meses devido à lesão no tendão de Aquiles”, comentou o jogador. “Nestes dias na América, treinei com regularidade e conversei bastante com Tudor. Sinto melhores sensações, mas ainda precisarei de algum tempo para estar a cem por cento durante os noventa minutos. Em cada treino e em cada jogo, quero mostrar o meu valor. Como disse, só preciso de um pouco de tempo, já que o tendão ainda não está a 100%. O importante é estar no topo para a primeira jornada do campeonato”.
Mais Uma Temporada para Provar
A Juventus já prescindiu dos serviços de Giuntoli e Motta, uma decisão mais simples no contexto de dirigentes e treinadores. No entanto, abrir mão de um jogador adquirido por 61 milhões de euros há apenas dez meses (em 28 de agosto de 2024) é significativamente mais complexo. Na prática, Koopmeiners tornou-se “invedível”, a menos que a Juventus esteja disposta a arcar com um prejuízo financeiro considerável. Sendo assim, ao clube bianconero, agora sob a gestão do novo Diretor Geral Damien Comolli para as decisões de mercado, resta conceder mais uma oportunidade ao jogador nascido em 1998. Ele terá uma nova temporada para provar seu valor, para demonstrar se realmente possui a qualidade necessária para atuar na Juventus. Após essa temporada, não haverá mais espaço para dúvidas ou desculpas. Caberá a Koopmeiners garantir que sua trajetória não termine da mesma forma que a de Giuntoli e Motta.
Rui Queirós