Após a recente conquista do título da Liga pelo FC Barcelona, o seu presidente, Joan Laporta, iniciou uma série de entrevistas. Numa dessas aparições, o controverso dirigente azulgrana foi convidado à TV3, onde durante aproximadamente uma hora abordou os assuntos mais relevantes do clube culé. Os temas centrais da conversa incluíram a renovação de Lamine Yamal, a bem-sucedida temporada sob a direção de Hansi Flick e, como de costume, a arbitragem.
A renovação de Lamine Yamal: um desafio superável
Relativamente à extensão do contrato da promissora estrela de 17 anos, Laporta comentou: “Sempre temos que sofrer… O processo está em andamento e parece que vai correr bem, pois Lamine não é apenas um jogador excecional, mas também uma pessoa madura e extraordinária”. Ao ser questionado sobre a remuneração do jovem de Rocafonda, Laporta indicou: “A ficha deve corresponder à importância do jogador, independentemente da sua idade. Ele precisa de um tratamento especial. Um futebolista que se destacou desta forma merece um tratamento diferenciado, que fuja à norma. É crucial alinhar os interesses de Lamine com os do clube, e confio que o conseguiremos, coordenando os prazos adequadamente. Esperamos compreensão de todas as partes. As sensações são positivas tanto pelo jogador quanto pelo seu entorno, incluindo o seu representante e a sua família. É catalão, culé até ao tutano e sente-se plenamente identificado. Acredito que está bem assessorado”.
As comparações entre o internacional espanhol e Messi não se limitam apenas ao campo, mas também se estendem ao aspeto contratual. Nesse sentido, Laporta mencionou a possibilidade de replicar a fórmula aplicada com o astro argentino: “No primeiro contrato que fizemos com Messi, os bónus consolidavam-se. E como ele ganhava tudo, esses bónus integravam-se no seu salário”.
O icónico dorsal ’10’, historicamente associado a Lionel Messi no Barcelona, é agora o número que Lamine Yamal poderá envergar a partir da próxima temporada. Joan Laporta afirmou a este respeito: “Isso será decidido pelo Deco; é um assunto interno. O que mais valorizo em Lamine é o seu talento individual, mas também a sua capacidade de se integrar no jogo coletivo. É um jogador moderno que, além disso, sabe defender”.
O sucesso da contratação de Flick
“É verdade que, ao contratá-lo, expliquei-lhe e entreguei-lhe uma carta sobre a essência do Barça: que não só procuramos vencer, mas também nos importa como o fazemos. Ele entendeu perfeitamente”, detalhou o presidente do FC Barcelona.
Ao ser questionado sobre o mérito da chegada do técnico alemão, Laporta desvinculou a sua própria implicação e elogiou o trabalho de Deco e Bojan: “A medalha é do Deco e do Bojan, eles foram quem decidiram que era a pessoa idónea. Eu apenas oriento. O mérito é do Deco e da sua equipa. Já falava dele durante a minha campanha, pois seguia a escola alemã… E ele cumpria as condições, mas tinha dado a sua palavra à seleção alemã. E tínhamos Koeman. Flick tem o olhar de Johan, esses olhos azuis cristalinos… e vê o futebol como ele. Além disso, é uma pessoa rigorosa que sabe como tratar os jogadores. Sem querer criticar Xavi, que ganhou uma Liga e uma Supertaça… mas precisávamos de uma mudança e ele reunia todos os requisitos”.
Finalmente, revelou que a renovação do treinador alemão está acordada, embora ainda não tenha sido assinada.
Um novo ataque ao Real Madrid
A entrevista concluiu abordando o espinhoso tema da arbitragem. Laporta retomou o conceito de madridismo sociológico e lançou várias farpas ao conjunto branco: “Foi formado um comité para melhorar a arbitragem. Não fomos eleitos para esse comité, mas supomos que, tal como o Madrid, também seremos convidados. E é nisso que estamos, em melhorar. Mas a nossa estratégia é queixarmo-nos pouco. Existe um madridismo sociológico, e não o disse levianamente. E quando alguém se apresenta como vítima, por vezes tira proveito. O VAR introduz algumas distorções que devem ser corrigidas, mas eu prefiro facilitar o trabalho dos árbitros em vez de adotar a estratégia de os condicionar. E apesar do desprestígio institucional que tentaram com o caso Negreira, e que pelo que vemos não dará em nada, queremos agir assim. Que cada um, portanto, apresente a sua estratégia”, sentenciou o barcelonês de 62 anos.