Como diz o ditado, tudo está bem quando termina bem. Ou quase bem, para ser mais preciso. Certamente, foi melhor do que o desastre que o Milan viveu em Lecce por mais de uma hora, precisamente 68 minutos. Foi o tempo que demorou até o gol contra de Gallo reabrir um jogo que parecia terrivelmente perdido para os rossoneri, após dois gols de Krstovic. Mas o Milan conseguiu se recuperar.
A vitória veio graças à contribuição decisiva de Leão, que surpreendentemente começou no banco de reservas. O sucesso que permitiu ultrapassar a Roma na tabela foi selado com dois gols de Pulisic, mostrando frieza no pênalti e acrobacia no terceiro gol.
O que parecia ser a última chance, transformou-se na penúltima, como tem acontecido frequentemente nesta temporada do Milan. No entanto, permanece a sensação de que os problemas do Milan estão mais fora do que dentro de campo. E isso diz muito.
Antes da reviravolta em Lecce, era claro que Sergio Conceicao não tinha apenas arriscado a demissão, devido a mensagens imprudentes enviadas pelo seu (ex-) porta-voz. Ele tinha chegado perto de ser despedido por justa causa. As últimas 48 horas foram mais difíceis do que o normal, o que era evidente pela sua aparência. O semblante preocupado do treinador português, com a barba mais longa do que o habitual, não passou despercebido. Sinais claros de um homem, antes de ser um treinador, em grande dificuldade.
Com a vitória em Lecce, um resumo perfeito das contradições milanistas de toda a temporada, Conceicao encontra-se à beira do abismo, mas recupera-se e avança para as semifinais da Copa da Itália. Será outra última chance. A enésima. O importante é que não se torne mais um confronto de forças contra Rafa Leão, cuja ausência no primeiro tempo em Lecce pareceu a coisa mais absurda de uma temporada absurda.