Lukaku e Conte desafiam a Inter. Justamente eles, os heróis do scudetto pré-Inzaghi, hoje se tornaram oficialmente rivais únicos. Que bela história de futebol e de vida – ainda que um pouco cruel. Que belo relato, este campeonato equilibrado após tempos de fugas solitárias.
O fascínio romântico do desafio à distância de anos e de bandeiras não deve, porém, distrair da concretude.
Dez assistências e doze gols: estas são as estatísticas, nada banais, de Romelu Lukaku. Que pode não ser mais o atacante dominante do scudetto interista, como se ouve dizer, mas com 10 assistências e 12 gols (é justo reescrever, certos números) é determinante para as esperanças de scudetto napolitano.
Conte teve que lidar com os desfalques dos suspensos Di Lorenzo e Anguissa, além do lesionado Buongiorno. As ausências se fazem sentir, mas as presenças também. Meret teve uma noite tranquila, exceto pelo primeiro quarto de hora de susto. Apesar de algumas falhas, Mazzocchi se esforça com empenho e garra. Rrahmani e Juan Jesus simplificam tudo, até demais. É realmente uma pena a lesão do brasileiro: temporada encerrada, é urgente o retorno de Buongiorno. Olivera joga em ritmo controlado. Gilmour não é Anguissa, mas também não faz feio neste Napoli. Já Lobotka não é o mesmo de Spalletti, mas não destoa no contexto “contiano”. E o meio-campo se completa com McTominay faz-tudo: corre e persegue, arma e finaliza.
Politano está sempre a 100%: sempre ligado ao carregador. Lukaku tem a força dos números a seu favor (gols e assistências) mais a força pura do centroavante guarda-costas para todos os companheiros. Por fim, Neres: na verdade, esquecido na esquerda, como se o Napoli preferisse jogar pelo lado inclinado de Politano.
O Napoli, portanto, supera o teste de estresse da mini perseguição adiada à líder. Os pontos continuam sendo três, assim como os compromissos interistas em torno da viagem pré-pascal que Antonio Conte tem programada para sábado em Monza. Já Inzaghi tem a viagem de domingo para Bolonha, precedida pelo Bayern que não é um ramo de oliveira e pelo derby da Coppa Italia que nunca se parece com um piquenique de Páscoa.