O defensor da seleção italiana, Gianluca Mancini, admitiu sentir-se profundamente afetado pelas “imagens chocantes” provenientes de Gaza. Contudo, ele enfatizou que os jogadores da equipe nacional não estão em posição de boicotar a partida de qualificação para a Copa do Mundo de 2026 contra Israel. “Fazemos o que nos é mandado“, declarou Mancini.
A seleção italiana, conhecida como “Azzurri”, encontra-se atualmente em seu campo de treinamento em Coverciano, nos arredores de Florença, preparando-se para os dois primeiros jogos sob o comando do novo técnico Gennaro Gattuso. As partidas serão contra a Estônia, em 5 de setembro, e contra Israel, em 8 de setembro, esta última a ser disputada em campo neutro em Debrecen.
Após a declaração da Associação de Treinadores Italianos, que pediu a suspensão temporária de Israel das competições da UEFA e da FIFA devido à situação na Palestina, os jogadores foram inevitavelmente questionados sobre a realização da partida.
Em entrevista coletiva, Mancini expressou sua profunda tristeza: “Tenho principalmente um sentimento de grande tristeza, coloco-me no lugar daqueles pais que seguram seus filhos nos braços, são imagens chocantes”. Ele acrescentou: “No entanto, como disse o treinador, fazemos o que nos é mandado. Se nos dizem para jogar, então jogaremos, não somos nós os encarregados dessas decisões. Como pai e como homem, tudo o que está acontecendo é trágico”.
Uma preocupação adicional é o jogo de volta, quando a Itália receberá Israel no Stadio Friuli, em Udine, em 14 de outubro.
O Presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, também foi questionado em uma entrevista ao Politico sobre por que Israel continuava a ser incluído nos torneios da organização. “O que está acontecendo com os civis em Gaza me machuca pessoalmente. É impossível ver essas coisas”, disse Ceferin, mas ressalvou: “Por outro lado, não sou a favor da desqualificação de atletas. O que um atleta pode fazer para pressionar seu governo a parar a guerra? É muito, muito difícil. As equipes russas foram desqualificadas por três anos e meio. A guerra acabou? Não acabou”.
Ele também destacou a diferença na pressão: “Devo dizer que, na situação da Rússia e da Ucrânia, houve uma pressão política muito forte. Agora, a pressão vem mais da sociedade civil do que dos políticos, porque os políticos são obviamente muito pragmáticos quando se trata de guerras e vítimas”. Concluindo, Ceferin afirmou: “Não posso dizer o que vai acontecer. Tudo está sendo discutido, mas pessoalmente sou contra a desqualificação de atletas“.