Após garantir duas importantes vitórias fora de casa, em Vallecas e Balaídos, o Espanyol de Manolo González volta ao RCDE Stadium para enfrentar o Getafe com um sentimento bem diferente de algumas semanas atrás. A imagem de uma equipe frágil fora de casa ficou para trás: agora, os blanquiazules somam três vitórias nas últimas quatro partidas como visitantes e veem a permanência na liga como um objetivo real, e não mais um sonho distante.
No entanto, o técnico do Espanyol não quer excesso de confiança. “Sabemos que ainda não conquistamos nada”, afirmou na entrevista pré-jogo contra o Getafe. O treinador reconheceu o mérito de seus jogadores pelo desempenho contra o Rayo e o Celta, mas também enfatizou a necessidade de confirmar o bom momento em casa e dar à torcida uma alegria no estádio.
O adversário, o Getafe de Bordalás, chega após duas derrotas consecutivas, mas com um dado que exige cautela: é o melhor visitante de 2025 nas principais ligas europeias, juntamente com o PSG. Um rival incômodo, agressivo e que sabe jogar partidas truncadas, como destacou Manolo, que não quer que os elogios recentes tirem sua equipe do foco. A mensagem é clara: ainda há muito a ser feito, mas o Espanyol recuperou a confiança. E o treinador é o primeiro a ditar o caminho.
Como a equipe encara o retorno a casa? “Bem, com vontade de voltar a jogar diante da nossa torcida, que sabemos que é um valor adicional que nos ajuda e nos apoia, contentes e com a moral elevada após vencer dois jogos muito difíceis, conscientes de que o jogo de amanhã será complicado”.
Em 2025, o Espanyol está em ascensão. Como é ter sido indicado como melhor treinador do mês de abril pela LaLiga? “Primeiramente, fico contente. Em segundo lugar, no final é um trabalho em conjunto, de toda a comissão técnica que está por trás e que muita gente não vê, que trabalha muito, e depois dos jogadores. Todos os prêmios individuais, tanto de treinador quanto de jogador, são resultado de um trabalho global de todo o grupo, caso contrário seria impossível. Cada vez mais no futebol se demonstra que sem um trabalho de equipe por trás, é difícil alcançar algo positivo”.
O que o Espanyol perde com a ausência de Puado? “Temos jogadores que acreditamos que podem substituí-lo com garantias, mas desde que chegou, ele tem sido importante. Para mim, ele tem um grande nível, é diferente, mesmo quando não está tão bem, compensa com ações defensivas e ofensivas. No final, ele é importante, mas temos gente que o substituirá bem”.
Espera um jogo mais fechado do que os dois anteriores? “O jogo será complicado com certeza. Conheço o Bordalás desde que ele estava na 2ª B há muitos anos e os números estão aí, ele sempre alcançou objetivos, sempre salvou a equipe ou esteve na parte de cima da tabela, dependendo da situação. O jogo de amanhã é dificílimo. É um jogo complicado, é preciso saber jogá-lo, ter paciência, ter cabeça. Quando for preciso correr, temos que correr, mas depois temos que ter muita cabeça para não permitir que eles corram”.
Pode ser como o jogo da primeira rodada, em que o time da casa marca cedo e acaba tudo? “Naquele dia, eu disse que esteve controlado, mas depois de rever o jogo, acho que não merecíamos perder, mas foi ruim para ambos os lados e não tivemos acerto. Espero um jogo diferente, que não seja tão fechado, mas é verdade que temos que aproveitar nossas oportunidades. Lá tivemos três ou quatro chances claras e não aproveitamos. Se acontecer amanhã, seremos penalizados com certeza”.
Como gerenciar a situação na tabela para que as pessoas não se desconectem faltando ainda alguns pontos para a permanência matemática? “O vestiário está muito consciente disso. Esperamos fazer um bom jogo, mas se sair ruim, não será por isso. A equipe está muito focada, sabe de onde viemos, sofremos muito durante a temporada, não só eu, os jogadores também. Os bons momentos têm que ser aproveitados, temos que seguir nessa linha. Eles são inteligentes, sabem que quanto melhor terminarmos, melhor para o futuro deles, então estão ligados, ao máximo, e os jogadores vão entrar em campo para dar tudo contra o Getafe”.
Ausência de Diego Rico: “Eles são uma equipe muito reconhecível, uma equipe muito organizada. Qualquer jogador que entrar sabe o que tem que fazer e o que não. Quem jogar no lugar dele fará bem, mas insisto, será um jogo complicado, mas acreditamos que estamos em um bom momento e que agora somos capazes de vencer qualquer rival”.
Como conduzir o ritmo do jogo? “Esperamos dar ritmo ao jogo, que não seja um jogo parado. Temos que tentar dar ritmo através da posse de bola, caso contrário será um jogo complicado, que pare o mínimo possível”.
Depois vêm jogos complicados (…). “Pergunta curta… colocou um livro aí. O jogo é complicado, mas não determinante, porque todo mundo pensava que íamos perder em Vallecas e Vigo e a equipe demonstrou que vai entrar em campo para competir. A partir daí, entram muitas situações de acerto ou erro, mas para eles também, para o rival também somos um problema agora. O Espanyol para os rivais agora é um problema porque é difícil ganhar da gente. Me preocupa que a equipe esteja bem, focada, e depois vamos encarar cada jogo com as características do rival”.
Prefere uma equipe que se empolgue ou pede para manter os pés no chão? “Mantemos os pés no chão, eu disse a eles que o que importa é alcançar os pontos para a hipotética salvação o mais rápido possível, e isso passa por manter o ritmo forte que estamos. Não podemos deixar de competir nem diminuir o ritmo que estamos agora, e depois teremos que gerenciar os ritmos do jogo”.
A equipe assimilou a mudança tática que pedia, deve ser igual contra o Getafe? “É sempre importante, temos que manter sempre, ter essa personalidade com a bola que também dá confiança nos resultados, agora os resultados ajudam a nos soltar mais. Temos que encontrar esse ponto de equilíbrio entre sermos fortes defensivamente e termos essa personalidade para que o jogo nos leve a vencer as partidas”.