A indiscrição lançada hoje é daquelas importantes: Fabio Paratici está prestes a se tornar o novo diretor desportivo do Milan. A reunião de cúpula ocorrida hoje em Londres selou um acordo que se tornou definitivo entre as partes. Os contornos desse acordo ainda precisam ser definidos, porque ainda há alguns nós a serem desatados, mas a clara vontade do ex-dirigente da Juventus de retornar à Itália, à Serie A, em um clube grande, histórico e ambicioso como o Milan, prevaleceu sobre tudo. Paratici, portanto, dentro da estrutura organizacional rossonera, será o sucessor de Antonio D’Ottavio, que deixou o clube da Via Aldo Rossi em outubro passado.
É preciso lembrar, no entanto, como sublinhado por, um aspecto importante da questão: o ex-Chief Football Officer bianconero ainda está cumprindo 30 meses de inibição pela investigação de mais-valias ligada justamente à Vecchia Signora. Esse período terminará no próximo dia 20 de julho. Portanto, é preciso fazer uma pergunta: o que pode fazer (e o que não pode) um dirigente impedido? E o que exatamente significa inibição?
Como também reporta, o Código de Justiça Desportiva da FIGC é claro sobre o assunto: “os dirigentes, os filiados das sociedades, os sócios e não sócios que se tornam responsáveis pela violação do Estatuto, do Código, das normas federais e de qualquer outra disposição aplicável a eles, mesmo que não sejam mais filiados, são puníveis, com base na natureza e gravidade dos fatos cometidos, com a inibição temporária de exercer atividades no âmbito da FIGC, com eventual pedido de extensão no âmbito da UEFA e FIFA, de ocupar cargos federais e de representar as sociedades no âmbito federal, independentemente de qualquer relação de trabalho”.
No caso de ser proclamada a inibição temporária, no entanto, cita sempre o Código de Justiça Desportiva: “Os sujeitos atingidos por tal inibição podem exercer, no período em que a sanção é cumprida, atividades administrativas no âmbito de suas sociedades, bem como participar e representar, inclusive com o exercício do direito de voto, sua sociedade nas assembleias da liga de competência relativamente a questões de natureza patrimonial colocadas na ordem do dia da assembleia. A sanção de inibição não pode ultrapassar a duração de cinco anos”.
E o que essa sanção implica? Aqui estão as proibições:
- é proibido representar a sociedade de pertencimento em atividades relevantes para o ordenamento desportivo nacional e internacional;
- é proibida a participação em qualquer atividade dos órgãos federais;
- é proibido o acesso aos vestiários e aos locais anexos, por ocasião de manifestações ou jogos de futebol, mesmo amigáveis, no âmbito da FIGC com eventual pedido de extensão no âmbito da UEFA e FIFA;
- é proibida a participação em reuniões com filiados ou com agentes desportivos.
Em suma, o que um dirigente impedido não pode fazer? A inibição, sublinha , representa a proibição de poder exercer a sua atividade oficial em qualquer circunstância. Um dirigente impedido não pode ter acesso ao campo de jogo e aos vestiários quando são disputadas as partidas, incluindo as amigáveis.
Além disso, a inibição de um dirigente também não permite o desempenho de algumas atividades a nível gerencial e administrativo no clube. Para citar alguns exemplos, um dirigente impedido não poderá participar pessoalmente nas sessões de negociação de mercado de jogadores, nas de renovação de contratos de jogadores ou de assinatura de possíveis acordos, além de não poder representar o clube nas assembleias da Liga Serie A (a menos que se trate de assuntos de nível patrimonial).
Rui Queirós