Giorgio Chiellini surge como uma solução interna e talvez a mais óbvia para revitalizar a Juventus. O ex-capitão está preparado para avançar após meses de aprendizado na área de negócios. Ele tem se dedicado às relações institucionais, trabalhando ao lado de Maurizio Scanavino e Francesco Calvo.
Agora, pede-se um esforço adicional: além de seu diploma em Administração de Empresas, ele deverá aplicar a experiência e o conhecimento adquiridos em campo.
POSSÍVEL FUNÇÃO – Qual será sua função? Ou melhor, qual poderia ser? Há anos, a Juventus não preenche o vazio deixado pelo papel crucial de Pavel Nedved nos tempos de ouro. Nedved era uma figura chave de referência entre a equipe e a diretoria, um apoio para Agnelli e para muitos jogadores, que viam no ex-Bola de Ouro um ponto de referência absoluto e uma voz compreensiva. Chiellini pode se tornar um farol nesta tempestade, um pouco como Nedved fez, embora em tempos menos turbulentos.
Essa mudança o levaria da área puramente econômica para elementos mais ligados ao campo, com poder de decisão, mas sempre respeitando a liderança de Cristiano Giuntoli nas escolhas finais.
OS MOTIVOS – Esta escolha se tornou quase inevitável, também para manter um elemento de distanciamento da comissão técnica, mantendo uma figura profundamente identificada com a Juventus. Atualmente, a Juve carece de um símbolo que assuma a responsabilidade nos momentos cruciais, que perceba quando e por que é fundamental fazê-lo. Especialmente após as derrotas mais duras, e não apenas para distribuir sorrisos. Alguém que represente os torcedores, mas com um papel operacional, alinhado com a história do clube, que nunca deve ser traída.
O PAPEL DE GIUNTOLI – É importante esclarecer: a possível chegada de Chiellini não alteraria o papel de Cristiano Giuntoli. O ex-Napoli continuaria no comando total da área esportiva, com a palavra final sobre decisões técnicas, como treinador, mercado e operações para tornar a Juve novamente competitiva. Chiellini, com quem o diretor tem uma excelente relação desde o início da colaboração, poderia aliviá-lo da pressão da imagem pública e concentrá-lo em um trabalho de substância mais concreta. E poderia ser um conselheiro valioso, especialmente por ser um jogador que conquistou quase tudo e viveu a camisa bianconera como poucos.
POR QUE AGORA? – A questão é: se essa solução parece tão óbvia, por que só agora? Porque Chiellini não havia considerado este papel para sua nova jornada na Juventus. Ele aprecia o trabalho que realiza hoje, a função institucional, e não gostaria de ser o para-raios de um mundo que não ajudou a construir. Seus pensamentos sobre jogadores e treinadores sempre foram reservados, mesmo em contextos públicos com perguntas desconfortáveis. Se for “promovido”, seria a partir de uma nova temporada e de uma decisão que o envolveria em primeira pessoa, na qual estaria pronto e disposto a se expor. Os próximos dias serão decisivos.