Com apenas 21 anos, Omar El Hilali se consolidou como peça fundamental no RCD Espanyol. O lateral, titular indiscutível e um dos destaques da equipe ao longo da temporada, vive um momento de grande nível, despertando o interesse no cenário futebolístico. Vários clubes de primeira linha têm sido associados ao seu nome, incluindo o grande rival do Espanyol, o Barcelona, que, como o próprio jogador já revelou, tentou contratá-lo por duas vezes, recebendo sempre um “não” como resposta.
Em entrevista, El Hilali abordou diversos temas, desde sua vivência do Ramadã até os rumores que o conectam ao clube azulgrana.
“Muito bem, com muita vontade”, respondeu sobre seu estado de ânimo. Em pleno Ramadã, ele precisou adaptar sua rotina de treinos: “Durante o dia não comemos, desde o nascer até o pôr do sol. Não podemos comer nem beber. Mas o Ramadã é muito mais do que isso, é algo mais específico, mais concreto. A única coisa que fiz foi mudar minha rotina, fazer de noite o que fazia de dia e tentar, quando chego do treino, descansar para recuperar as horas de sono”.
Sobre a equipe, El Hilali garante que o incidente do jogo suspenso contra o Villarreal não afetou o vestiário. “Estamos bem, convictos de que podíamos ganhar a partida. E seguimos convictos. Não nos afetou, agora estamos focados no Girona”. E sobre o duelo contra os catalães, nega que haja desejo de revanche pelo ocorrido no primeiro turno: “Vemos como mais um jogo, que temos que ganhar e que isso vai nos afastar mais dos postos de baixo e nos aproximar de quem está à frente”.
O lateral também falou sobre sua evolução como jogador. “Pode ser que seja meu melhor momento a nível profissional. Sim, é verdade que não tenho muito tempo (risos). É preciso manter os pés no chão. O futebol, assim como sobe, volta a descer. Tenho que continuar trabalhando, seguir melhorando nas coisas que posso fazer melhor e, a partir daí, ganhar a partida do rival que tiver pela frente”. E embora já tenha se destacado com atuações defensivas brilhantes contra jogadores como Vinicius, Nico Williams ou Berenguer, admite que os rivais que mais o impressionaram são Rodrygo e Nico Williams.
Questionado sobre sua mudança de perfil, de lateral ofensivo para defensor sólido, Omar El Hilali é claro: “No ano passado, quando comecei com Luis García, ele insistia muito no nível defensivo. Como se costuma dizer, uma defesa tem que defender. E depois atacar. É verdade que no futebol de hoje em dia os laterais costumam ser muito ofensivos. Mas eu gosto, primeiro, de limpar minha área, defender, e se puder projetar no ataque, muito melhor”.
Sobre seu futuro, El Hilali responde com a maturidade de um veterano. “Tenho que manter os pés no chão. No dia em que fizer três jogos ruins, vão dizer que ninguém mais te quer. O mundo do futebol já sabemos como é. Chegam coisas, mas não damos muita atenção”. E quanto aos rumores que o ligam ao FC Barcelona, mantém a postura: “Essa notícia chegou a mim por amigos, que enviam e tal. Assim como essa não chegou nada a mim, também não chegaram outras que saíram. Tudo o que chegar, quem tem que avaliar são meus agentes, que por isso têm seu trabalho. E, a partir daí, o que tiver que acontecer, acontecerá naquele momento”. E sobre se ele se vê jogando toda a sua carreira no Espanyol, é sincero: “Eu gostaria de seguir toda minha carreira no Espanyol, mas é claro que o futebol muitas vezes não é como a gente gostaria. Muda muito rápido. Se eu gostaria? Sim. O que vai acontecer? Não sei”.
Também abordou a situação contratual de Javi Puado e Joan García, dois dos jogadores mais valorizados do Espanyol. “Eu o vejo como se tivesse contrato aqui até 2035. Está super comprometido com a equipe. Não falamos sobre este tema no vestiário, todos estamos focados em um objetivo”. Sobre o goleiro, admite que seu nível não o surpreende: “Eu o vi na base já, quando eu era cadete de segundo ano. Depois, é verdade que teve a lesão no joelho, que o freou um pouco, mas voltou como um bicho. E já estamos vendo o que ele está dando à equipe”.
Em relação às seleções, El Hilali confessa que sonha em representar Marrocos, embora esteja ciente da forte concorrência em sua posição. “Tenho muita vontade de poder ir. É verdade que dois dos melhores laterais do mundo estão justamente na minha posição. Que me coloquem de zagueiro ou de ponta (risos)”.
Por fim, também teve tempo para brincar sobre seu desentendimento com Vitor Roque na partida contra o Betis. “Foi um choque que aconteceu naquele momento, ficou por isso mesmo e eu não dei mais importância, sinceramente. Nem me lembrava, meus amigos me enviaram esta semana, mas nem me lembrava do que aconteceu. E para mim tanto fazia se ele ia para o Palmeiras ou se ficava no Betis”.