O jogo entre Getafe e Real Madrid decorria de forma relativamente tranquila até ao minuto 78. Com o placar em 0-1 e vários jogadores demonstrando cansaço, o técnico Ancelotti decidiu substituir o MVP da partida, Arda Güler, por Dani Ceballos. Foi nesse momento da substituição que um lamentável episódio protagonizado por uma parte da torcida no Coliseum ocorreu. Assim que Ceballos pisou no gramado, uma fração da torcida da casa passou a hostilizá-lo. Alguns apenas assobios, outros com gritos extremamente infelizes que levaram o árbitro da partida, Sanchez Martínez, a interromper o jogo. Ele conversou com os dois treinadores e ativou o protocolo anti-violência, que é o primeiro aviso antes de uma possível sanção. Após a comunicação pelo sistema de som, os insultos cessaram.
“Ceballos, morra!”
Este foi o insulto repetido por vários momentos no Coliseum. Uma pequena parcela da torcida do Getafe não esquece o que aconteceu após o último rebaixamento da equipe madrilena. Por isso, iniciou-se um “conflito” que durou apenas alguns segundos. Foi o tempo que seu companheiro Tchouameni levou para avisar o árbitro da partida, solicitando sua intervenção para que os insultos fossem notificados. Esses gritos acionam o protocolo de LaLiga para combater o ódio. Sanchez Martínez iniciou o procedimento, obrigando o clube anfitrião a transmitir uma mensagem pelo sistema de som pedindo o fim dos insultos. E assim foi. Após esse episódio, no restante do jogo, não houve mais gritos contra Ceballos ou qualquer outro jogador do Real Madrid.
A Ata do Jogo
Conforme esperado, o árbitro da partida registrou na ata o ocorrido no minuto 78, momento em que Ceballos entrou em campo: “No minuto 78, o jogo foi interrompido para aplicar o protocolo de violência verbal, a pedido dos jogadores do Real Madrid, devido a cânticos provenientes de um setor da arquibancada local, na zona sul do estádio. Os cânticos ouvidos foram: `Ceballos morra, Ceballos morra`. A partida ficou parada por um minuto até que foi anunciado pelo sistema de som que os mesmos cessassem, o que aconteceu”, registrou o juiz. Esses insultos expõem esse setor do Coliseum a uma possível sanção, embora pareça pouco provável.
Asensio… E Agora, Ceballos
Lamentavelmente, esta não é a primeira vez nesta temporada que um jogador do Real Madrid sofre com esse mesmo cântico. O mais recente é Dani Ceballos, mas anteriormente, Marco Asensio teve que suportá-lo em várias ocasiões. Tanto em Anoeta (contra a Real Sociedad) quanto em Vitoria (contra o Alavés), o jogador ouviu esses cânticos deploráveis. Contra a Real Sociedad, ocorreu no jogo de ida das semifinais da Copa do Rei. Contra os “babazorros” (Alavés), o jogador formado nas categorias de base do Real Madrid recebeu os mesmos insultos em duas oportunidades.
Ceballos e o Getafe
A origem do ocorrido entre parte da torcida do Getafe e Ceballos remonta a muito tempo atrás. Especificamente, ao último rebaixamento da equipe madrilena para a Segunda Divisão. Há nove anos, quando o Getafe caiu, a queda foi confirmada no estádio Benito Villamarín, na época, casa de Ceballos (pelo Betis). Após o término da partida, foi o momento em que os fatos aconteceram. O meio-campista do Real Betis dirigiu-se a Juan Cala e outros jogadores do Getafe nos seguintes termos: “Tomara que vocês apodreçam na Segunda e desapareçam”, fatos que foram relatados na época pelo ex-jogador do Getafe e do Sevilla, entre outros. Em qualquer caso, cânticos lamentáveis que não podem ser justificados de maneira alguma.