O presidente da Associação Italiana de Árbitros (AIA), Antonio Zappi, concedeu uma entrevista à Radio Crc onde abordou o controverso lance envolvendo a mão de Denzel Dumfries na área durante a partida entre Napoli e Inter. Segundo Zappi, a jogada não deveria ter sido penalizada como falta.
Interpretação da Regra Segundo a AIA
Zappi explicou a interpretação da regra pela AIA: "É correto que as interpretações técnicas sejam dadas pelo Comissário, Gianluca Rocchi, pois o Presidente não deve entrar em detalhes técnicos. No entanto, em termos gerais da filosofia da arbitragem, posso falar sobre o lance de Dumfries. Quando um braço, mesmo estando afastado do corpo, está posicionado de tal forma que, se a bola não estivesse lá, ele atingiria o corpo, então há um pressuposto de não punição."
Revisão de Erros Passados
Zappi também comentou sobre a necessidade de aprendizado com erros anteriores: "Se erros foram cometidos no passado, não devemos continuar a trabalhar no erro. A busca pela uniformidade não deve se basear na repetição de erros."
Mudanças no Regulamento
Sobre possíveis mudanças nas regras, Zappi afirmou: "Quando as regras são modificadas, são necessários longos processos que exigem experimentação. O regulamento do futebol precisa de tempo e avaliações aprofundadas para entender os melhores projetos a serem implementados. Espero um futebol onde a substância prevaleça sobre a forma: um jogador ou treinador não deve sair de campo com a dúvida de que algo não foi visto e avaliado."
Comentários Públicos da Arbitragem
Zappi mencionou a possibilidade de árbitros explicarem suas decisões publicamente: "Existe a perspectiva do anúncio, onde o árbitro pode explicar ao público o processo de tomada de decisão. Foi testado na Inglaterra e não criou problemas: é um processo transparente, o público entende melhor as motivações. É claro, porém, que isso pode alimentar contestações e protestos, pois, como em todos os processos de comunicação, uma palavra fora do lugar pode gerar uma interpretação equivocada ou mais polêmica. Na Inglaterra, correu bem, mas da experimentação à aplicação leva tempo."
Uniformidade na Arbitragem
Zappi enfatizou a busca por uniformidade: "Precisamos começar a ter certezas: começar a ser uniformes na interpretação quando ela é certa. Lances de mão? Buscou-se um conceito de punição que fosse além da objetividade, abrindo também para a interpretação subjetiva, porque o futebol pedia isso. A melhor coisa que poderia ser feita por muito tempo é não mudar mais as interpretações."
Violência Contra Árbitros
Zappi expressou preocupação com a violência contra árbitros: "O tema da violência é muito importante para mim e estamos trabalhando nisso. Infelizmente, a situação não está melhorando: desde o início da temporada, tivemos 160 casos de violência em nível nacional. Todos nós, como sistema, precisamos fazer mais, porque até mesmo uma mensagem do futebol de elite pode influenciar o futebol de base. A primeira resposta que todos juntos devemos dar deve ser institucional e cultural."
Resposta às Críticas
Respondendo a críticas e insinuações, Zappi concluiu: "Respondo com as palavras de um ex-Presidente federal, que dizia que quando se encontrava diante da plateia de árbitros, imaginava estar diante da plateia mais honesta do mundo do futebol. E não quero tirar o mérito de outros componentes que são tão honestos quanto nós. Convido todos que nos ouvem a pensar que o árbitro é um torcedor de si mesmo que espera que a partida se desenrole em um contexto de legalidade."