De acordo com relatos do L`Équipe e da Agence France Presse, Vincent Labrune, presidente do órgão dirigente do futebol francês (a LFP), é alvo de uma queixa judicial apresentada pela associação de caridade Stop Homophobie. A queixa acusa Labrune de insulto homofóbico público na sua qualidade de editor-chefe da conta oficial da LFP no Instagram, que partilhou um vídeo contendo um cântico homofóbico de adeptos do Saint-Étienne.
O vídeo, que entretanto foi apagado, foi publicado como parte do conteúdo promocional da LFP antes do dérbi entre o AS Saint-Étienne e o Olympique Lyonnais. No clip, ouvem-se adeptos a entoar um cântico – considerado um insulto explicitamente homofóbico pelos queixosos.
A Stop Homophobie também denunciou a repetição do cântico dentro do estádio Geoffroy-Guichard durante o jogo no dia seguinte, notando a falta de reação dos organizadores do jogo.
O seu advogado, Étienne Deshoulières, disse que a decisão de transmitir o cântico para fins promocionais reflete a “normalização da homofobia no futebol”, particularmente em plataformas de redes sociais onde a visibilidade é alta.
Em comunicado à AFP, a LFP disse estar “surpreendida” com a queixa, que se seguiu ao que chamou de “difusão infeliz de um excerto de vídeo contendo observações discriminatórias feitas por adeptos”.
A liga sublinhou que o vídeo foi prontamente removido assim que a natureza do cântico foi reconhecida. Apresentou desculpas sinceras a “todos aqueles que possam ter ficado chocados ou afetados pelo conteúdo” e reafirmou o seu compromisso de longa data na luta contra todas as formas de discriminação, incluindo a homofobia.
Uma fonte próxima da LFP, falando à AFP, foi mais longe, chamando à queixa “assédio” contra um organismo que é, segundo ela, “praticamente a única autoridade desportiva ativamente empenhada no combate à homofobia”. A mesma fonte acusou algumas associações de procurar “publicidade em vez de progresso”.