Giuseppe Rossi partilha as suas memórias dos primeiros dias difíceis na academia do Parma, recordando as lágrimas noturnas, as suas impressões inesperadas de Sir Alex Ferguson no Manchester United e o seu papel numa anedota memorável da autobiografia de Roy Keane.
Embora outrora considerado uma grande promessa para o futebol italiano, a carreira de Rossi, apesar de momentos de brilhantismo, foi frequentemente marcada por uma sucessão de problemas de lesões.
Nascido em Nova Jersey, filho de pais ítalo-americanos, Rossi ingressou na academia juvenil do Parma aos 12 anos e foi posteriormente contratado pelo Manchester United.
Rossi Inesperado na Academia do Parma

Rossi relatou à La Gazzetta dello Sport a sua relutância em mudar-se para Parma: “Eu não queria ir, mas também não queria desapontar o meu pai. Assim, eu e ele mudámo-nos para Salsamaggiore, enquanto a minha mãe e a minha irmã Tina ficaram em Clifton, Nova Jersey.” Descreveu os seus primeiros dias na academia como um desafio: “Foi uma luta. Eu era tímido, introvertido, tinha dificuldade em fazer amigos, e os meus professores pensavam que eu estava lá apenas para o futebol, por isso não me ajudavam em nada. Eu chorava todas as noites até a minha mãe vir visitar. Estar no campo era o único refúgio.”
Aos 17 anos, a carreira de Rossi levou-o ao Manchester United, onde teve a oportunidade de trabalhar sob a liderança do lendário treinador Sir Alex Ferguson.
Rossi achou Ferguson surpreendente: “Ele era uma pessoa austera, mas também afetuosa e atenta, uma figura paternal que sabia como tratar os jovens jogadores como joias. Ele os protegia e motivava para ajudá-los a crescer como pessoas e jogadores, com valores e regras precisas.”
Ele recorda vivamente a intensidade dos treinos: “Nos treinos, era como outro desporto em comparação com o que eu estava acostumado, com um ritmo e intensidade brutais. Não havia amigos nos treinos; eram muitos empurrões, pontapés, agressividade. Rapidamente percebi o que tinha de fazer para ganhar respeito naquele plantel. Eu estava fisicamente atrás dos outros, então tive de me valer da técnica e da inteligência.”

Rossi também confirmou que ele era o protagonista não nomeado de uma anedota notável na autobiografia de Roy Keane.
Recordando o incidente, Rossi explicou: “Keane escreveu que uma vez num treino repreendeu um jovem jogador italiano por não lhe ter passado a bola, e este jovem respondeu com um olhar forte, um desafio. Se aquele miúdo tivesse dito algo, ele teria levado um tapa, mas ele estava em silêncio e o seu olhar dizia muito. Então, Keane aproximou-se para lhe apertar a mão.” Rossi acrescentou humoristicamente: “Bem, aquele miúdo era eu. E não me lembro de todo! Evidentemente, eu estava num transe e a minha determinação em construir uma carreira era absoluta.”
Rossi celebrou recentemente a sua carreira com o “Pepito Day” na Fiorentina, acompanhado por muitos dos seus antigos companheiros de equipa.