Luciano Spalletti, técnico da seleção italiana, admitiu que a equipe precisa fazer uma profunda autocrítica após a chocante derrota por 3 a 0 para a Noruega na primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Ele também sugeriu que a Federação Italiana de Futebol (FIGC) pode querer avaliar suas decisões ou até mesmo considerar sua demissão.
O início da campanha nas Eliminatórias foi desastroso para a Azzurra, que já perdia por três gols ao intervalo em Oslo, com tentos de Alexander Sorloth, Antonio Nusa e Erling Haaland.
“Pode ser explicado pela forma como o jogo se desenrolou. Sofremos o primeiro gol que era evitável, e depois, nos espaços abertos, eles tiveram algumas jogadas individuais que nos causaram problemas”, disse Spalletti à RAI Sport. “Depois disso, tudo ficou mais difícil.”
Spalletti reconheceu os problemas da Itália. O único chute a gol da Itália veio de Lorenzo Lucca nos acréscimos, um lance sem grande perigo para o goleiro. Questionado sobre a falta de reação da equipe, semelhante ao colapso contra a Suíça na Euro 2024, Spalletti respondeu:
“Depois de ficarmos 2 a 0 atrás, eles se fecharam no próprio campo, ficou difícil encontrar espaços, mas acima de tudo, a falta de jogadores que pudessem superar os adversários em situações de um contra um fez a diferença.”
Apenas o primeiro colocado do grupo se classifica diretamente para o torneio nos EUA, Canadá e México, enquanto os segundos colocados disputam a repescagem. Esta derrota representa um grande golpe para as esperanças de classificação, especialmente considerando que a Itália ficou de fora das duas últimas Copas do Mundo (2018 e 2022) após fracassar na repescagem.
Spalletti foi perguntado se este resultado e desempenho colocam todo o projeto da seleção italiana em dúvida.
“Eu sou o líder deste grupo, é um elenco que escolhi e por isso continuarei com eles. Precisamos melhorar em certos aspectos, porque não podemos dar vantagens aos adversários entregando a bola”, respondeu o treinador. “Este é o melhor grupo que avaliamos, então continuaremos com estes jogadores.”
No entanto, falando à Sky Sport Italia momentos depois, Spalletti insinuou que poderia estar aberto a uma renúncia ou demissão.
“Não somos nós, porque individualmente podemos fazer mais, mas também se vê que este é um momento difícil. Algumas coisas aconteceram conosco, mas este é o elenco que escolhi e continuarei com ele”, acrescentou o técnico. “Preciso conversar com o Presidente Gravina sobre as intenções deles, a visão deles sobre as decisões que tomo. Escolhi este grupo porque pensei que havia qualidade, mas se somos tão frágeis que não mantemos uma linha de impedimento, não perseguimos os adversários, então há falta de confiança. A qualidade não é suficiente sem isso.”
Perguntado se está preocupado porque a Copa do Mundo agora parece muito distante, Spalletti concluiu:
“Há sempre preocupações, porque depois de um desempenho como esse, você claramente precisa se questionar e perceber que existem problemas, mas é preciso enfrentá-los, porque não há outra possibilidade.”
Rui Queirós