O técnico da Itália, Luciano Spalletti, admitiu estar ‘um pouco tenso’ antes do próximo confronto de duas mãos contra a Alemanha nas quartas de final da Liga das Nações, pois sente que estar no comando da seleção nacional acarreta ‘responsabilidades significativas’.
Os Azzurri têm a chance de continuar sua impressionante campanha na Liga das Nações, tendo terminado empatados em pontos com a França na fase de grupos. O técnico nascido na Toscana explicou que sua decisão de confiar em jovens jogadores decorre de sua capacidade de ‘sempre trazer algo novo’.
Spalletti: Confiante de que a Itália manterá alto nível de futebol
“Começamos com os jovens jogadores porque acreditamos que eles têm a energia e o frescor para nos mostrar coisas novas”, disse Spalletti ao jornalista Fabio Fazio durante seu programa de TV Che Tempo Che Fa.
“Os jovens jogadores sempre trazem algo novo. No entanto, você deve assumir responsabilidades significativas.
“Às vezes é avassalador, mas é daí que vem o amor pelos jogadores. Gosto de abraçá-los e compartilhar coisas com eles.
“Comecei com as categorias de base nos subúrbios, com crianças que me contavam coisas que não queriam compartilhar com os pais. Isso é algo que ficou comigo.
“Torna-se fácil receber uma mensagem que cria motivação.
“Há coisas que você diz para estimular os jogadores e outras que você simplesmente diz por dizer. Quando chegamos aos hotéis, tanto na Itália quanto especialmente no exterior, está sempre cheio de torcedores acenando a bandeira italiana como se fosse um filho que não veem há muito tempo.
“Para eles, a bandeira italiana é algo muito importante. Como diz De Rossi: ‘Nunca tiramos a camisa da seleção nacional’.”
Spalletti pareceu particularmente satisfeito com Mateo Retegui e Moise Kean por se estabelecerem como os principais artilheiros da Série A nesta temporada.
“Redescobrimos personalidades fortes e importantes”, acrescentou. “Recentemente, não tivemos muita sorte em encontrar atacantes.”
Embora a campanha da Itália na EURO 2024, que terminou com uma eliminação nas oitavas de final, tenha sido decepcionante, Spalletti ressaltou que seus jogadores aprenderam e cresceram com a experiência.
“Uma derrota só é uma derrota se não te ensinar nada”, afirmou o treinador.
“Se te ensina algo, é um motivo para crescimento. De fato, os jogadores mostraram que fomos capazes de produzir ótimas atuações depois.
“Agora, estou confiante de que seremos capazes de manter esse nível de futebol.”
“Estou um pouco tenso”, continuou Spalletti, falando sobre o jogo da Liga das Nações contra a Alemanha.
“Não muito preocupado, porque quero transmitir aos meus jogadores que as partidas dependem do que trazemos para a mesa. Medo é apenas uma emoção aleatória. Perigo é diferente; acontece em um momento específico.”
Spalletti: Napoli foi meu último trabalho no futebol de clubes
O técnico de 66 anos inevitavelmente refletiu sobre sua campanha vitoriosa pelo título no Napoli, revelando que pendurava as camisas de Maradona no centro de treinamento para inspirar seus jogadores, e afirmando que nunca mais treinará outro clube após sua passagem pelo Partenopei.
“Comprei um sofá-cama, um berço para dormir”, disse Spalletti.
“Até porque Castel Volturno fica longe de Nápoles. Tive que dedicar todo o meu tempo a isso, não podia perder tempo esperando na fila.
“Pendurei as camisas de Maradona porque ele estava lá nos observando. Ele nos deu força. Sempre entrei em vestiários onde tinha que controlar minhas emoções e não sabia se era bom o suficiente para fazer isso.
“Napoli é minha última experiência em um clube; Eu nunca poderia ter treinado outra equipe na Itália. Quando você esteve naquele ambiente, torna-se difícil retornar como um oponente.”
Rui Queirós