Apenas Thibaut Courtois exibiu o nível esperado em um Real Madrid que pareceu um boneco quebrado nas mãos de um Arsenal que se mostrou muito mais organizado. Após a derrota, muitos jogadores ficaram em xeque. Alguns, como David Alaba ou Lucas Vázquez, estão praticamente “desenganados” esportivamente. Os dois laterais, titulares na partida, podem ter jogado sua última noite europeia com a camisa branca. Mas não apenas eles. No banco, Carlo Ancelotti, a menos que haja uma reviravolta nos últimos 9 jogos da temporada, estaria com os dias contados. O restante do elenco saiu muito abalado, especialmente o trio de ataque. Somente Courtois e, talvez, Aurélien Tchouaméni, saem “reforçados” de um dos maiores “baques” das últimas temporadas.
Alaba e Lucas, em baixa
Foram as duas principais apostas de Ancelotti e, novamente, voltaram a gerar muitas dúvidas, principalmente no caso do austríaco. Superado no jogo de ida, Alaba tentou deixar sua marca na volta no Bernabéu. No entanto, exagerou. Aos três minutos, recebeu um cartão amarelo por uma entrada dura em Saka no campo de ataque, o que condicionou seus 61 minutos em campo. Cercado por uma sensação geral de insegurança, Saka aproveitou na primeira metade, sendo o jogador mais determinante do Arsenal. Apenas Courtois, com duas boas defesas, evitou que o zagueiro adaptado à lateral esquerda voltasse a aparecer em todas as manchetes. De qualquer forma, a história se repetiu para Alaba. Muito abaixo do nível esperado, sua atuação tão pobre no último mês pode acelerar sua saída já neste verão, apesar de ter mais um ano de contrato.
O caso de Lucas não foi tão grave. No ataque, fez o esperado, sendo participativo e chegando à área adversária. No entanto, não foi seu dia atuando quase como um segundo ponta. Na defesa, o de sempre: Federico Valverde e Marco Asensio apareceram em constantes ajudas para evitar um duelo direto com Martinelli do qual Lucas sempre sairia perdedor. Independentemente disso, sua renovação parece mais distante do que nunca.
O restante da defesa teve um desempenho razoável, com Antonio Rüdiger mostrando sua habitual confiabilidade. Asensio, apesar do pênalti cometido aos 10 minutos, recuperou-se rapidamente para voltar a ser importante nas disputas aéreas e em cortes decisivos.
Um tridente em declínio
Além de jogadores já criticados como Lucas, Alaba ou Ancelotti, as críticas voltam a recair sobre o setor ofensivo. Jogadores que foram contratados para as grandes noites e que, novamente, voltaram a dar sinais claros de que estão muito longe do seu melhor nível. E o pior: a falta de conexão entre os três. Rodrygo foi de mais a menos. Um pouco mais ativo na primeira parte, na segunda quase não participou. Vinícius Jr. foi o mais regular. Tentou várias vezes pela esquerda, embora tenha mostrado sinais claros de que não é sua melhor temporada. Ainda assim, foi o mais esperto para roubar a bola no único momento de alegria branca da noite. No entanto, a pior parte foi para Kylian Mbappé. Tudo deu errado. Desde o gol anulado aos 3 minutos até a lesão que o tirou de campo aos 80`. Nesse meio tempo, desmarques que nunca levaram a nada e aproximações sem perigo. Não chutou sequer uma vez a gol. O resumo: as vaias que recebeu ao ser substituído.
Dos quatro, apenas Jude Bellingham foi mais regular. Lutou, buscou espaços e competiu até o fim. No entanto, ele sozinho não pode fazer milagres. No meio-campo, Tchouaméni também foi um dos poucos pontos positivos, mostrando que evoluiu nos últimos meses.
Courtois, na sua linha
Se a equipe “competiu até o fim”, foi graças a ele. Desde o início, Courtois se ergueu como o possível herói de uma virada que nunca veio. Sua defesa no pênalti de Saka levantou um Bernabéu que parecia o das grandes noites de remada. Apesar disso, a equipe não acompanhou. Com um Arsenal que teve mais controle que o próprio Real Madrid, suas três defesas em chutes de Saka e Martinelli na primeira parte evitaram um desastre muito maior. Na segunda parte, nada pôde fazer nos dois gols sofridos.
Após a partida, foi o mais autocrítico: “Perdemos contra um Arsenal superior e precisamos aceitar isso.”